quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Estado Absolutista






2º TRIMESTRE – 2011
ENSINO FUNDAMENTAL – 6ª SÉRIE – POL. 2

O ESTADO ABSOLUTIST
Nome: _______________________________________ N°: ______     Turma: ______     Data: ____/____/____
Professor: Paulo Jardim
 
A

 





   
Introdução
     Como vimos, anchietano, na Idade Média, o poder dos reis era descentralizado e apenas nominal, limitado a seus próprios domínios feudais. Os reinos europeus estavam todos fragmentados, ficando os poderes nas mãos de senhores feudais. Mas, no final da Idade Média, o crescimento comercial e urbano, as mudanças nas relações de trabalho, a Guerra dos Cem Anos, a Peste Negra e o surgimento da burguesia levaram ao enfraquecimento do poder local dos senhores feudais e da Igreja Católica, o que acabou por beneficiar também os reis de cada região europeia. Iniciava-se, assim, a formação dos Estados Nacionais ou Estados absolutistas.

Definição
     O Estado absolutista foi um governo monárquico (dos reis), de caráter nacional (de um país inteiro) e absoluto. Os reis absolutistas passam a atender os interesses tanto da nobreza quanto da burguesia em ascensão.

Interesses de parte da nobreza feudal em apoiar o Estado Absolutista.
     Certamente, caro aluno, deves pensar que o rei combateu todos os senhores feudais. E que todos os senhores feudais colocaram-se, assim, contra os reis em cada região da Europa. Na verdade, muitos nobres colocaram-se a serviço do Estado absolutista porque perceberam que não havia como combatê-lo. Por outro lado, como o rei governaria sozinho? Ele precisava de ministros, secretários, juízes, cobradores de impostos, governadores,... Assim, seria muito útil contar com a ajuda desses nobres. Vejamos como foi essa “troca de favores”:
§         repressão às revoltas camponesas;
§         possibilidade de manter seu padrão de vida através do Estado, com terras além-mar, empregos públicos, isenção de impostos, pensões, títulos nobiliárquicos,...

Interesses da burguesia mercantil (ligada ao comércio) em apoiar o Estado Absolutista:
§         maior desenvolvimento da produção e do comércio interno e externo através do apoio do Estado (segurança nas estradas, construção de portos e vias de comércio, unificação do sistema de pesos e medidas, implantação de uma moeda única em cada país,...);
§         apoio às grandes navegações, já que os reis absolutistas, como recolhiam muitos impostos de toda a população, tinham dinheiro para construir navios, pagar marinheiros e mantimentos para as longas viagens,...;
§         combate às barreiras feudais (taxas, pedágios, servidão,...) e religiosas ao lucro;
§         participação na burocracia estatal, com empregos no governo.

Como o Estado Absolutista foi se fortalecendo:
Ø      uso da força a níveis interno e externo (repressão às classes pobres, guerra contra outras nações, combate aos exércitos feudais, perseguição a políticos contrários ao regime absolutista,...);
Ø      combate ao poder político e econômico da Igreja Católica;
Ø      utilização de teorias justificadoras do poder absolutista dos reis (ver abaixo);
Ø      apoio da burguesia e de parte da nobreza feudal em termos econômico, político e religioso.

As medidas que os reis absolutistas tomaram:
§         instituição do governo absoluto e soberano do rei;
§         definição de fronteiras nacionais, com a criação de limites territoriais, que darão origem aos países modernos;
§         o Estado (governo) se encarregou de unificar e centralizar as leis, os impostos, os exércitos, as diversas moedas, os sistemas de pesos e medidas;
§         implementação de uma língua nacional, para todos os habitantes dos países;
§         criação de uma força policial nacional e permanente (exército, marinha,...);
§         criação de uma burocracia (funcionários) a serviço do Estado;
§         forte intervencionismo na economia (política mercantilista).


As principais teorias que justificavam o poder dos reis absolutistas.
     Jacques Bossuet, contemporâneo de Luís XIV, foi um dos maiores defensores do absolutismo e, simultaneamente, do "direito divino dos reis". Em sua obra Política Segundo a Sagrada Escritura, afirmava que a Monarquia era a origem divina, cabendo aos homens aceitar todas as decisões reais. Quem questionasse as decisões dos reis seria não somente um inimigo público, mas também um inimigo de Deus.
     Thomas Hobbes proclamou que, em seu estado natural, a vida humana era "solitária, miserável, desprezível, bestial e breve". Assim, buscando escapar da guerra de todos contra todos, os homens uniram-se em torno de uma espécie de acordo - “contrato” - entre a sociedade e o Estado, a fim de trazer a paz e o progresso. Isto é, para alcançar essa paz, todos os homens deveriam passar a um soberano (rei) todos os direitos. Dessa forma, os reis os protegeriam contra a violência criada pelos próprios homens.

O PRIMEIRO ESTADO ABSOLUTISTA DA EUROPA: PORTUGAL

     Portugal está localizado na Península Ibérica no extremo oeste da Europa e é banhado pelo Oceano Atlântico. A Península Ibérica foi ocupada por vários povos desde 3000 a.C., como os iberos, celtas (séc. VIII e VI a.C.) fenícios, gregos, cartagineses e romanos (206 a.C.). Na Idade Média, chegaram os bárbaros visigodos (414) e finalmente os árabes muçulmanos (711) que, depois da conquista, se fixaram na região. Com a chegada dos árabes, parte dos povos que aí viviam se refugiaram ao norte da Península Ibérica, inicialmente no reino visigodo das Astúrias e, depois, organizando quatro outros reinos: Castela, Aragão, Navarra e Leão.
      Os árabes, embora pouco numerosos, impuseram facilmente o seu domínio porque distribuíam as terras dos visigodos que abandonaram a região pelos que se mantiveram aí. Foi uma época de grandes progressos com a introdução do cultivo de arroz, algodão, limão e laranja e de novos sistemas de irrigação. Incentivaram as manufaturas de azulejos e de tecidos, assim como a prática da pesca no Oceano Atlântico.
     Porém, os reinos do norte nunca aceitaram a presença dos árabes e, sobretudo com o crescimento demográfico, precisaram recuperar suas terras. Assim, os cristãos daquela região se dedicaram a reconquista dos seus territórios. Essa guerra assumiu características de Cruzada, isto é, de luta de cristão contra os mouros. Nesta Cruzada, os cristãos receberam a ajuda de nobres ingleses, franceses, alemães. 
     Henrique de Borgonha casou-se com Dona Teresa e recebeu um feudo chamado Condado Portucalense, ainda vassalo do Reino de Leão e Castela. Mas o filho deste casal, Afonso Henriques, continuou combatendo os mouros (árabes) e depois, de vencê-los, em 1139, tornou-se rei e separou-se de Leão e Castela, dando início a uma nova dinastia neste território: a de Borgonha. Nascia assim Portugal.
     Já no século XIV, Portugal enfrentou, como o restante da Europa, a crise do sistema feudal. Lembra-te disso? Muitos servos deixaram os seus feudos e foram para as cidades onde as condições da vida ainda eram muito ruins. Ao mesmo tempo Castela continuava combatendo os mouros e alguns nobres portugueses desejavam se engajar nesta luta para obter, assim, a possibilidade de ficar com suas terras ao sul da Espanha e no norte da África.
     Quando da morte de Dom Fernando (1367-1383) o último rei da dinastia Borgonha, o trono português passou para sua filha, que era casada com o rei de Castela, e a união dos dois reinos parecia decidida. Foi quando a burguesia, desejosa de ter um rei presente e atuante, aliada ao povo e parte da nobreza, expulsou estes governantes de Portugal e aclamou como rei o irmão bastardo de D. Fernando, D. João I, dando inicio a uma nova dinastia: a de Avis. Em agosto de 1385 as forças portuguesas venciam as de Castela na Batalha de Aljubarrota.
     A essa altura, a autoridade do rei já era forte, diferentemente do que acontecia no resto da Europa. Na direção do país, ele distribuiu terras, renovou a marinha, explorou minas e um manteve um exército permanentemente. Surgia o primeiro Estado absolutista da Europa.

O SEGUNDO ESTADO ABSOLUTISTA EUROPEU: ESPANHA
     A Península Ibérica, durante o século VIII, teve grande parte de seus territórios dominados pelos árabes que, inspirados pela Jihad muçulmana, empreenderam a conquista de diversas localidades do Oriente e do Ocidente. Na porção centro-sul, os árabes consolidaram a formação do Califado de Córdoba, enquanto a região norte ficou sob controle dos reinos cristãos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e o Condado de Barcelona.  
     Por volta do século XI, esses reinos católicos resolveram formar exércitos que – inspirados pelo movimento cruzadista – teriam a missão de expulsar os “infiéis” muçulmanos daquela região. A partir de então, a chamada Guerra de Reconquista se alongou até o século XV. Com o desenvolvimento desses conflitos, os diferentes reinos participantes do combate conseguiram reduzir a presença dos muçulmanos e conquistar novas terras que enriqueceram tais governos.
     Durante essas guerras, os reinos ibéricos conseguiram a participação do francês Henrique de Borgonha, nobre que participou da guerra em troca do controle sob as terras do Condado Portucalense. Anos mais tarde, essa região deu origem à Monarquia Nacional Portuguesa. Já no século XV, o poder nos reinos católicos era garantido pelo reino de Castela, que controlava a grande maioria das terras da Península Ibérica nesse período.
      Em 1469, a presença muçulmana estava restrita ao reino mouro de Granada. Nesse mesmo ano, os territórios do Reino de Castela e Aragão foram unificados graças ao casamento entre os monarcas cristãos Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Depois disso, novos exércitos foram responsáveis por expulsar os muçulmanos, definitivamente, com a tomada de Granada, no ano de 1492. A partir de então, esse reino, totalmente unificado e sob o comando de uma monarquia absolutista, passou a fortalecer-se, inclusive com grande incentivo ao comércio marítimo.

Fontes:
MORAES, José Geraldo Vinci. História Geral e do Brasil. São Paulo: Atual, 2009.
VICENTINO, Cláudio. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2010.
NETO, José Alves de Freitas. História. São Paulo: Harbra, 2009.
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/historia/historia_trab/formacaodeportugal.htm
http://www.eb1-cacem-n1.rcts.pt/historia/formacao.html
http://www.brasilescola.com/historiag/formacao-monarquia-nacional-espanhola.htm
http://abdoneurico.sites.uol.com.br/portugal.htm

Adaptação: Paulo Jardim

Responde às questões abaixo, de maneira clara, completa e detalhada.

1. Relaciona o Estado absolutista com a expansão comercial europeia.
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2. Como o Estado absolutista prejudicou alguns nobres e favoreceu outros?
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3. Para os servos e vilões, o Estado absolutista foi positivo, negativo ou apresentou esses dois aspectos?
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4. Assinala a alternativa correta, justificando-a a seguir.
Quanto ao Estado absolutista, é correto afirmar que:
( A )       beneficiou apenas a burguesia;
( B )        beneficiou apenas a nobreza;
( C )        manteve a fragmentação territorial, típica da Idade Média;
( D )       manteve a fragmentação política, típica da Idade Média;
( E )        apresentou-se como um “Estado de equilíbrio” entre os grupos dominantes;
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       Um dos pontos turísticos mais famosos do mundo é o Palácio de Versalhes ou também conhecido como Palácio de Versalhes, localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural à época de sua construção, mas atualmente um subúrbio de Paris.
     Considerado um dos maiores do mundo, o Palácio de Versalhes possui 2.000 janelas, 700 quartos, 1.250 lareiras e 700 hectares de parque. É um dos pontos turísticos mais visitados de França, recebe em média oito milhões de turistas por ano e fica a três quarteirões da estação ferroviária. Construído pelo rei Luís XIV, o Rei Sol, a partir de 1664, foi por mais de um século modelo de residência real na Europa.
http://www.bigviagem.com/palacio-de-versalhes-pontos-turisticos/

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