quarta-feira, 10 de agosto de 2011

RENASCIMENTO

RENASCIMENTO

RENASCIMENTO

O RENASCIMENTO

1. CONCEITO E ORIGEM.
O Renascimento surgiu na Itália, sendo caracterizado como um movimento de mudança na maneira de pensar e entender o ser humano e o mundo dos europeus. Espalhou-se pela Europa ocidental entre os séculos XIV e XVI, essa nova maneira de pensar baseou-se na cultura greco-romana e renovou a literatura, a arte e a ciência a partir da Baixa Idade Média.

2. REVISANDO: A MENTALIDADE DOS EUROPEUS ANTES DO RENASCIMENTO.
Era fortemente influenciada pela Igreja Católica: havia o teocentrismo (Deus é o centro do universo). Isto é, interpretação do homem e do mundo devia ser feita de acordo com o pensamento religioso.
4. POR QUE O RENASCIMENTO SURGIU NA ITÁLIA:
 graças à existência de muitos ricos (burgueses comerciantes, príncipes e até reis e papas), que patrocinaram os artistas. Estes patrocinadores foram chamados de mecenas. Lembrando: muitos burgueses, devido à reabertura do Mediterrâneo (graças às guerras das Cruzadas, lembra?) queriam se destacar na sociedade. E, por isso, apoiaram, principalmente, a arte renascentista;
 a Itália havia sido o centro do Império Romano e do Império Romano do Ocidente. Portanto, a cultura greco-romana estava muito presente em esculturas, pinturas, prédios,..., nas cidades italianas;
 muitos sábios, portadores da cultura grega e helênica, foram se instalando na Itália ao longo do tempo. Essa chegada de novos sábios foi intensificada pela tomada de Constantinopla, em 1453, pelos árabes turco-otomanos;
 a Itália praticava, há muito tempo, o comércio com os árabes. Portanto, muitos conhecimentos e inventos das civilizações muçulmana e do Oriente chegavam aos italianos, influenciando a arte e a ciência;
 o desenvolvimento da imprensa (Johann Gutenberg) também favoreceu o Renascimento, pois a divulgação dos novos conhecimentos ficou mais acessível às pessoas através da edição de livros pela tipografia (os livros, antes, eram todos escritos à mão e eram muito caros).

3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO RENASCIMENTO:
 humanismo – retomada do estudo da língua e da literatura da Grécia e Roma antigas;
 antropocentrismo – o homem é o centro do Universo, ao contrário do teocentrismo;
 racionalismo – a interpretação do ser humano e do mundo através da razão;
 naturalismo – valorização da natureza. Portanto, a realidade deveria ser retratada como o máximo de perfeição nas artes;
 individualismo - o indivíduo passa a ser mais importante do que a coletividade (lembre-se: o comércio crescia cada vez mais e, consequentemente, os lucros da burguesia também. Isto favorecia a competição entre os homens, portanto o individualismo crescia também);
 nacionalismo – exaltação daquilo que pertence à nação, ao país (a língua, a cultura,...). Por isso, muitos reis também irão apoiar o Renascimento.

4. COMO O PENSAMENTO RENASCENTISTA FOI DEMONSTRADO NA ARTE (PINTURA E ESCULTURA):
 destaque para o corpo humano na escultura e na pintura, devido aos estudos de anatomia;
 uso da técnica de perspectiva, do efeito claro-escuro e das sombras;
 exploração de outros temas, inspirados na mitologia clássica, nas cenas do cotidiano;
 pintura também de retratos, bustos e estátuas de personalidades da época ou mesmo de burgueses que encomendavam as obras;
 assinatura do artista em suas obras, abandonando a humildade e o anonimato medieval, ao mesmo tempo em que buscava destaque na sociedade individualista e competitiva que surgia na Baixa Idade Média.

5. QUAIS FORAM AS MUDANÇAS QUE O RENASCIMENTO PROVOCOU NA CIÊNCIA?
O Renascimento provocou um grande impulso no estudo do homem e da natureza. O universo passou a não mais ser aceito como obra do sobrenatural. Assim, graças ao antropocentrismo e ao racionalismo, os cientistas desenvolveram cada vez mais o espírito de observação e de livre interpretação da natureza e do homem. O que levou, por sua vez, a novos métodos de pesquisa e experimentação.
O cientistas do Renascimento – Nicolau Copérnico: teoria heliocêntrica em oposição à teoria geocêntrica; Johann Kepler (enunciou várias leis da mecânica celeste); André Vessálio, Sylvius, Eustáquio e Falópio (dissecação de cadáveres para estudos de anatomia); Paracelso (criou a medicina química); Ambroise Paré (descobriu a laqueação das artérias, que substituiu a cauterização pelo ferro em brasa nas amputações); Guilherme Harvey (descobriu a grande circulação do sangue); Miguel Servet (descobriu a pequena circulação do sangue e a circulação pulmonar pelas artérias); Galileu Galilei (desenvolveu o telescópio, reafirma a teoria heliocêntrica de Copérnico); Francis Bacon (criação do método experimental).

PARA SABER UM POUCO MAIS: texto adicional
OS PRINCIPAIS ARTISTAS E ESCRITORES RENASCENTISTAS
Renascimento na Itália – Arte: Giotto; Leonardo da Vinci (Monalisa, Santa Ceia, Virgem dos rochedos, experimentos nas mais diversas áreas); Miguel Ângelo Buonarroti (David, Moisés, O escravo acorrentado, Pietá, Cúpula da Basílica de São Pedro, afrescos no teto da Capela Sistina, em Roma); Botticelli (Alegoria da Primavera, O nascimento de Vênus); Ticiano (retrato de Carlos V, Descida da Cruz; Tintoreto (Glória do Paraíso; Rafael Sanzio (Escola de Atenas e Madona Sistina, além de outras madonas e de retratos dos papas Júlio II e Leão X). Literatura - Dante Alighieri (Divina Comédia); Giovani Boccaccio (O Decameron); Gianozzo Maneti (Da dignidade e excelência do homem); Maquiavel (Comentário sobre os primeiros dez livros de Tito Lívio, A mandrágora, O Príncipe).
Renascimento na França - Literatura: François Rabelais (Fatos e Proezas do muito renomado Pantagruel, A Vida inestimável do grande Gargântua); Montaigne (Ensaios).
Renascimento nos Países Baixos – Arte: Jan Van Eyck (A Virgem e o Menino, com o irmão Hubert pintou o painel A adoração ao cordeiro); Pedro Paulo Rubens (Vênus e Adonis, Descida da Cruz, Casamento de Maria de Médicis); Hieronymus Bosch (O jardim das delícias); Pieter Brueghel (Casamento de Camponeses, Massacre dos inocentes, Cego guiando cegos). Literatura: Erasmo de Rotterdam (Elogio da Loucura).
Renascimento na Alemanha – Arte: Albert Dürer (Cristo Crucificado); Hans Holbein (Henrique VIII, Retrato de Erasmo);... Literatura: Hans Sachs (Rouxinol de Wittemberg).
Renascimento na Inglaterra – Literatura: Thomas Morus (Utopia); William Shakespeare (Sonho de Uma Noite de Verão, Romeu e Julieta, Otelo, Macbeth, Ricardo III, Henrique VIII, A Megera Domada, O Rei Lear).
Renascimento na Espanha – Arte: Domênico Theotocópuli “El Greco” (Crucificação, Enterro do Conde de Orgaz, São João Evangelista). Literatura: Miguel de Cervantes (Dom Quixote de La Mancha);...
Renascimento em Portugal – Literatura: Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas) .
A REFORMA PROTESTANTE
1. CONCEITO E ORIGEM.
A Reforma foi um movimento religioso de protesto e ruptura (rompimento) com a Igreja Católica no século XVI, provocando a quebra da unidade do pensamento ocidental religioso e fazendo surgir novas religiões cristãs, como a Luterana, a Calvinista e a Anglicana. A Reforma surgiu na Alemanha, com Martinho Lutero, criador da religião luterana.

2. AS CAUSAS DA REFORMA:
 o clero católico estava muito ligado à vida material, deixando de lado o apoio espiritual aos seus fiéis, além de pouco preparado para a prática do sacerdócio;
 a corrupção e abusos praticados pela Igreja Católica (como a venda de indulgências – o perdão dos pecados -, de “relíquias sagradas” e de cargos eclesiásticos);
 os Papas estavam mais ligados às disputas de poder do que com as necessidades do povo, além de terem um comportamento que muitos criticavam (ex.: o Papa Sisto IV entregou diversos cargos a seus parentes e o Papa Alexandre VI teve amantes e filhos);
 o desenvolvimento da imprensa (Gutenberg) ajudou muito no surgimento da Reforma, pois permitiu que as Bíblias fossem editadas em maior número e até em outras línguas, e não mais em latim, língua que praticamente só o clero entendia;
 importante: grande parte da burguesia apoiou a Reforma, pois esta classe cada vez ganhava mais dinheiro com a expansão marítima e comercial no início dos tempos modernos. Porém, a exigência do “justo preço” e a condenação da usura (empréstimos), defendidas pela Igreja Católica, prejudicavam os lucros da burguesia;
 havia grande liberdade da Igreja frente ao poder político dos reis. Por outro lado, também havia a interferência do clero no poder de muitos reis. E, claro, isso não interessava aos reis. Por isso, alguns desses reis vão apoiar a Reforma (ex.: Henrique VIII, na Inglaterra);
 grande parte dos capitais (dinheiro) recolhidos pelo clero, em toda a Europa, era mandada para Roma. Isso também não interessava nem à burguesia, nem aos reis de alguns países;
 a Igreja não pagava impostos pelos vastos territórios que tinha na Europa. E os reis, parte da nobreza e até a burguesia “estavam de olho” nessas terras e nesses impostos;
 a mudança de pensamento provocada pelo Renascimento – como o antropocentrismo e o espírito crítico - ajudou no surgimento da Reforma também, pois fez com que muitas pessoas perdessem o medo de criticar as verdades da Igreja Católica.

3. COMO ERA A DOUTRINA CATÓLICA:
A Bíblia é a fonte da fé e deve ser interpretada somente pelos padres; a salvação ocorre pela fé e pelas boas obras; os sacramentos são sete (o batismo, a crisma, a eucaristia, o matrimônio, a penitência, a ordem e a extrema-unção); o ritual é a missa em latim. Locais de maior penetração da Igreja Católica: Portugal, Itália, sul da Alemanha, maioria da França, parte da Irlanda.

4. OS PRINCIPAIS REFORMADORES:
Martinho Lutero (Alemanha), João Calvino (Suíça) e Henrique VIII (Inglaterra).

MARTINHO LUTERO (1483-1546)
Em 1517, o papa Leão X lançou a venda de indulgências (o perdão dos pecados) para arrecadar dinheiro para a reconstrução da basílica de São Pedro, no Vaticano. Lutero, um monge agostiniano, escandalizou-se com essa salvação comprada a dinheiro. E fixou na porta da Igreja de Wittenberg um manifesto público – as 95 Teses – em protesto contra a venda de indulgências e onde também expunha os elementos de sua doutrina.
Em 1520, Lutero é excomungado pelo papa. Lutero queima em praça pública o documento que o condenava (a bula papal Exsurge Domine). Lutero foi apoiado por parte da nobreza, pela burguesia e por camponeses e artesãos urbanos. Lutero foi considerado herege pela Igreja Católico, mas, por contar com apoio da nobreza, não foi punido. Sob a proteção do príncipe da Saxônia, traduziu a Bíblia latina para o alemão, tornando-a o primeiro documento escrito em língua alemã moderna.
Mas é bom lembrar que Lutero também foi apoiado pela nobreza e pela alta burguesia porque condenou a revolta dos camponeses, em 1524. Estes, liderados por Thomas Münzer, organizaram uma série de revoltas contra sacerdotes ricos e nobres, donos de grandes propriedades de terras. Os camponeses queriam a posse das terras e o fim da exploração a que estavam submetidos. No final, morreram mais de mil camponeses e Münzer foi decapitado.
Um grupo de príncipes protestantes, em 1531, formou uma liga político-militar (Liga de Smalkalde) para lutar contra o imperador católico Carlos V. Até que, em 1555, esse imperador aceitou a existência oficial da Igreja Luterana, assinando com os protestantes a Paz de Augsburgo.
A doutrina luterana: a Bíblia é a fonte da fé, permitindo-se seu livre exame; salvação pela fé em Deus; os sacramentos são apenas o batismo e a eucaristia; o culto é simples e em língua alemã; fim da hierarquia católica (todos são pastores), do celibato e da adoração de santos; submissão da Igreja Luterana ao Estado. Locais de maior penetração: norte da Alemanha, Dinamarca, Noruega e Suécia.

JOÃO CALVINO (1509-1564)
Em 1534, as autoridades católicas francesas, começaram a perseguir os suspeitos de heresias. Calvino, que era francês, fugiu para a Suíça. Calvino, então, desenvolveu sua doutrina. Ele passou a defender a ideia de que o ser humano estava predestinado de modo absoluto a merecer o céu ou o inferno após a morte. Por culpa de Adão, todos os homens já nasciam pecadores. Mas Deus tinha eleito algumas pessoas para serem salvas, enquanto outras seriam condenadas à maldição eterna.
Mas como as pessoas saberiam estaria predestinadas à salvação de suas almas após a morte? Importante: Calvino afirmou que a fé existente em algumas pessoas e a prosperidade econômica (a riqueza material) seriam sinais de que elas pertenceriam ao grupo dos eleitos por Deus à salvação. Dessa maneira, Calvino criou uma religião que a burguesia aceitou muito bem, já que o lucro era justificado por essa nova religião: “quanto mais eu enriqueço, mais Deus está mostrando que minha alma será salva”.
É bom lembrar que o jogo, o culto a imagens, a dança, o adultério e a heresia eram atitudes condenadas pelo calvinismo. Muitos até foram condenados à morte, em fogueiras, por isso.
A doutrina calvinista: todos estão predestinados a terem suas almas salvas ou não; a Bíblia é a única fonte da fé, permitindo-se seu livre exame; a salvação ocorre pela fé e pela graça de Deus; os sacramentos são apenas o batismo e a eucaristia; o culto é simples e em língua nacional; fim da hierarquia católica (todos são pastores), do celibato e da adoração de santos; submissão da Igreja Calvinista ao Estado. Locais de maior penetração: Suíça, Holanda, parte da França (huguenotes), Inglaterra (puritanos), Escócia (presbiterianos).

HENRIQUE VIII (1509-1547)
Henrique VIII, rei da Inglaterra, rompeu com a Igreja Católica e fundou uma Igreja nacional da Inglaterra, isto é, a Igreja Anglicana. O rei inglês queria diminuir a influência política do Papa dentro da Inglaterra e a nobreza tinha interesse nas terras do clero católico, além dos fatores já citados anteriormente. A “gota d’água” para o rompimento com a Igreja Católica foi o fato de que o papa recusou-se a aceitar o pedido de divórcio feito por Henrique VIII em 1529, já que sua esposa, Catarina de Aragão, não lhe dava um filho homem para herdar o trono. O rei inglês queria se casar com Ana Bolena, mas o papa não aceitava sua separação. Além disso, Catarina era espanhola, e a Espanha era inimiga da Inglaterra.
Henrique VIII conseguiu que o alto clero inglês e o Parlamento reconhecessem a validade de suas intenções e obteve o divórcio. Em 1534, o Parlamento inglês votou um Ato de Supremacia, pelo qual considerava o rei o chefe supremo da Igreja nacional anglicana. Os ingleses passaram a ter que submeter-se a essa nova Igreja, caso contrário seriam excomungados e perseguidos pela justiça do rei.
A doutrina anglicana: a Bíblia é a fonte da fé, deve ser interpretada pela Igreja, mas se permite seu livre exame; a salvação ocorre pela fé e pela graça de Deus (predestinação); os sacramentos são o batismo e a eucaristia; o culto conserva a forma católica (liturgia), com a hierarquia da Igreja católica, mas a missa é rezada em língua inglesa; o rei é a autoridade máxima da Igreja Anglicana; a existência dos santos também não é aceita. Local de maior penetração: Inglaterra.

CONSEQUÊNCIAS DA REFORMA
Por causa da Reforma, ocorreu o enfraquecimento do poder político da Igreja católica; aumento do poder político dos reis; fortalecimento econômico da burguesia, principalmente graças ao calvinismo; conflitos entre católicos e protestantes; surgimento da Contrarreforma pela Igreja Católica.

5. A CONTRARREFORMA
A Igreja Católica não ficou quieta diante da Reforma Protestante. A fim de assegurar a unidade da doutrinada Igreja Católica e combater a Reforma, o papa Paulo III convoca o Concílio de Trento, que, após vários encontros das autoridades religiosas, entre 1545 e 1563, toma as seguintes medidas:
 reafirmação da infalibilidade do papa (o que o papa afirmar é verdade e não pode ser contestado);
 proibição da venda de indulgências e relíquias sagradas;
 criação de seminários para formação intelectual e religiosa do futuro clero;
 são mantidos o celibato clerical, além das obras e dos sete sacramentos, como fundamentais para salvação da alma;
 a reafirmação de que, no ato da eucaristia, ocorria a presença real de Cristo no pão e no vinho (o que era rejeitado pelos protestantes);
 a doutrina religiosa tem como fundamento a Bíblia, cabendo à Igreja Católica dar-lhe a interpretação correta;
 reativação da Inquisição pelo Tribunal do Santo Ofício, para julgar e punir as heresias a os partidários de outras religiões;
 criação de um índice de livros proibidos (Index Librorum Prohibitorum), pelo Tribunal do Santo Ofício, em 1564;
 criação da Companhia de Jesus, em 1534, por Inácio de Loyola Brandão, aprovada pelo Concílio. A Ordem dos jesuítas passa a divulgar a fé católica, através da catequese, no restante do mundo, principalmente na América. Inspirando-se na estrutura militar os jesuítas consideravam-se os “soldados” da Igreja, atuando através das escolas religiosas e da catequese para conseguir novos fiéis através da conversão ao catolicismo.

Estado Absolutista






2º TRIMESTRE – 2011
ENSINO FUNDAMENTAL – 6ª SÉRIE – POL. 2

O ESTADO ABSOLUTIST
Nome: _______________________________________ N°: ______     Turma: ______     Data: ____/____/____
Professor: Paulo Jardim
 
A

 





   
Introdução
     Como vimos, anchietano, na Idade Média, o poder dos reis era descentralizado e apenas nominal, limitado a seus próprios domínios feudais. Os reinos europeus estavam todos fragmentados, ficando os poderes nas mãos de senhores feudais. Mas, no final da Idade Média, o crescimento comercial e urbano, as mudanças nas relações de trabalho, a Guerra dos Cem Anos, a Peste Negra e o surgimento da burguesia levaram ao enfraquecimento do poder local dos senhores feudais e da Igreja Católica, o que acabou por beneficiar também os reis de cada região europeia. Iniciava-se, assim, a formação dos Estados Nacionais ou Estados absolutistas.

Definição
     O Estado absolutista foi um governo monárquico (dos reis), de caráter nacional (de um país inteiro) e absoluto. Os reis absolutistas passam a atender os interesses tanto da nobreza quanto da burguesia em ascensão.

Interesses de parte da nobreza feudal em apoiar o Estado Absolutista.
     Certamente, caro aluno, deves pensar que o rei combateu todos os senhores feudais. E que todos os senhores feudais colocaram-se, assim, contra os reis em cada região da Europa. Na verdade, muitos nobres colocaram-se a serviço do Estado absolutista porque perceberam que não havia como combatê-lo. Por outro lado, como o rei governaria sozinho? Ele precisava de ministros, secretários, juízes, cobradores de impostos, governadores,... Assim, seria muito útil contar com a ajuda desses nobres. Vejamos como foi essa “troca de favores”:
§         repressão às revoltas camponesas;
§         possibilidade de manter seu padrão de vida através do Estado, com terras além-mar, empregos públicos, isenção de impostos, pensões, títulos nobiliárquicos,...

Interesses da burguesia mercantil (ligada ao comércio) em apoiar o Estado Absolutista:
§         maior desenvolvimento da produção e do comércio interno e externo através do apoio do Estado (segurança nas estradas, construção de portos e vias de comércio, unificação do sistema de pesos e medidas, implantação de uma moeda única em cada país,...);
§         apoio às grandes navegações, já que os reis absolutistas, como recolhiam muitos impostos de toda a população, tinham dinheiro para construir navios, pagar marinheiros e mantimentos para as longas viagens,...;
§         combate às barreiras feudais (taxas, pedágios, servidão,...) e religiosas ao lucro;
§         participação na burocracia estatal, com empregos no governo.

Como o Estado Absolutista foi se fortalecendo:
Ø      uso da força a níveis interno e externo (repressão às classes pobres, guerra contra outras nações, combate aos exércitos feudais, perseguição a políticos contrários ao regime absolutista,...);
Ø      combate ao poder político e econômico da Igreja Católica;
Ø      utilização de teorias justificadoras do poder absolutista dos reis (ver abaixo);
Ø      apoio da burguesia e de parte da nobreza feudal em termos econômico, político e religioso.

As medidas que os reis absolutistas tomaram:
§         instituição do governo absoluto e soberano do rei;
§         definição de fronteiras nacionais, com a criação de limites territoriais, que darão origem aos países modernos;
§         o Estado (governo) se encarregou de unificar e centralizar as leis, os impostos, os exércitos, as diversas moedas, os sistemas de pesos e medidas;
§         implementação de uma língua nacional, para todos os habitantes dos países;
§         criação de uma força policial nacional e permanente (exército, marinha,...);
§         criação de uma burocracia (funcionários) a serviço do Estado;
§         forte intervencionismo na economia (política mercantilista).


As principais teorias que justificavam o poder dos reis absolutistas.
     Jacques Bossuet, contemporâneo de Luís XIV, foi um dos maiores defensores do absolutismo e, simultaneamente, do "direito divino dos reis". Em sua obra Política Segundo a Sagrada Escritura, afirmava que a Monarquia era a origem divina, cabendo aos homens aceitar todas as decisões reais. Quem questionasse as decisões dos reis seria não somente um inimigo público, mas também um inimigo de Deus.
     Thomas Hobbes proclamou que, em seu estado natural, a vida humana era "solitária, miserável, desprezível, bestial e breve". Assim, buscando escapar da guerra de todos contra todos, os homens uniram-se em torno de uma espécie de acordo - “contrato” - entre a sociedade e o Estado, a fim de trazer a paz e o progresso. Isto é, para alcançar essa paz, todos os homens deveriam passar a um soberano (rei) todos os direitos. Dessa forma, os reis os protegeriam contra a violência criada pelos próprios homens.

O PRIMEIRO ESTADO ABSOLUTISTA DA EUROPA: PORTUGAL

     Portugal está localizado na Península Ibérica no extremo oeste da Europa e é banhado pelo Oceano Atlântico. A Península Ibérica foi ocupada por vários povos desde 3000 a.C., como os iberos, celtas (séc. VIII e VI a.C.) fenícios, gregos, cartagineses e romanos (206 a.C.). Na Idade Média, chegaram os bárbaros visigodos (414) e finalmente os árabes muçulmanos (711) que, depois da conquista, se fixaram na região. Com a chegada dos árabes, parte dos povos que aí viviam se refugiaram ao norte da Península Ibérica, inicialmente no reino visigodo das Astúrias e, depois, organizando quatro outros reinos: Castela, Aragão, Navarra e Leão.
      Os árabes, embora pouco numerosos, impuseram facilmente o seu domínio porque distribuíam as terras dos visigodos que abandonaram a região pelos que se mantiveram aí. Foi uma época de grandes progressos com a introdução do cultivo de arroz, algodão, limão e laranja e de novos sistemas de irrigação. Incentivaram as manufaturas de azulejos e de tecidos, assim como a prática da pesca no Oceano Atlântico.
     Porém, os reinos do norte nunca aceitaram a presença dos árabes e, sobretudo com o crescimento demográfico, precisaram recuperar suas terras. Assim, os cristãos daquela região se dedicaram a reconquista dos seus territórios. Essa guerra assumiu características de Cruzada, isto é, de luta de cristão contra os mouros. Nesta Cruzada, os cristãos receberam a ajuda de nobres ingleses, franceses, alemães. 
     Henrique de Borgonha casou-se com Dona Teresa e recebeu um feudo chamado Condado Portucalense, ainda vassalo do Reino de Leão e Castela. Mas o filho deste casal, Afonso Henriques, continuou combatendo os mouros (árabes) e depois, de vencê-los, em 1139, tornou-se rei e separou-se de Leão e Castela, dando início a uma nova dinastia neste território: a de Borgonha. Nascia assim Portugal.
     Já no século XIV, Portugal enfrentou, como o restante da Europa, a crise do sistema feudal. Lembra-te disso? Muitos servos deixaram os seus feudos e foram para as cidades onde as condições da vida ainda eram muito ruins. Ao mesmo tempo Castela continuava combatendo os mouros e alguns nobres portugueses desejavam se engajar nesta luta para obter, assim, a possibilidade de ficar com suas terras ao sul da Espanha e no norte da África.
     Quando da morte de Dom Fernando (1367-1383) o último rei da dinastia Borgonha, o trono português passou para sua filha, que era casada com o rei de Castela, e a união dos dois reinos parecia decidida. Foi quando a burguesia, desejosa de ter um rei presente e atuante, aliada ao povo e parte da nobreza, expulsou estes governantes de Portugal e aclamou como rei o irmão bastardo de D. Fernando, D. João I, dando inicio a uma nova dinastia: a de Avis. Em agosto de 1385 as forças portuguesas venciam as de Castela na Batalha de Aljubarrota.
     A essa altura, a autoridade do rei já era forte, diferentemente do que acontecia no resto da Europa. Na direção do país, ele distribuiu terras, renovou a marinha, explorou minas e um manteve um exército permanentemente. Surgia o primeiro Estado absolutista da Europa.

O SEGUNDO ESTADO ABSOLUTISTA EUROPEU: ESPANHA
     A Península Ibérica, durante o século VIII, teve grande parte de seus territórios dominados pelos árabes que, inspirados pela Jihad muçulmana, empreenderam a conquista de diversas localidades do Oriente e do Ocidente. Na porção centro-sul, os árabes consolidaram a formação do Califado de Córdoba, enquanto a região norte ficou sob controle dos reinos cristãos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e o Condado de Barcelona.  
     Por volta do século XI, esses reinos católicos resolveram formar exércitos que – inspirados pelo movimento cruzadista – teriam a missão de expulsar os “infiéis” muçulmanos daquela região. A partir de então, a chamada Guerra de Reconquista se alongou até o século XV. Com o desenvolvimento desses conflitos, os diferentes reinos participantes do combate conseguiram reduzir a presença dos muçulmanos e conquistar novas terras que enriqueceram tais governos.
     Durante essas guerras, os reinos ibéricos conseguiram a participação do francês Henrique de Borgonha, nobre que participou da guerra em troca do controle sob as terras do Condado Portucalense. Anos mais tarde, essa região deu origem à Monarquia Nacional Portuguesa. Já no século XV, o poder nos reinos católicos era garantido pelo reino de Castela, que controlava a grande maioria das terras da Península Ibérica nesse período.
      Em 1469, a presença muçulmana estava restrita ao reino mouro de Granada. Nesse mesmo ano, os territórios do Reino de Castela e Aragão foram unificados graças ao casamento entre os monarcas cristãos Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Depois disso, novos exércitos foram responsáveis por expulsar os muçulmanos, definitivamente, com a tomada de Granada, no ano de 1492. A partir de então, esse reino, totalmente unificado e sob o comando de uma monarquia absolutista, passou a fortalecer-se, inclusive com grande incentivo ao comércio marítimo.

Fontes:
MORAES, José Geraldo Vinci. História Geral e do Brasil. São Paulo: Atual, 2009.
VICENTINO, Cláudio. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2010.
NETO, José Alves de Freitas. História. São Paulo: Harbra, 2009.
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/historia/historia_trab/formacaodeportugal.htm
http://www.eb1-cacem-n1.rcts.pt/historia/formacao.html
http://www.brasilescola.com/historiag/formacao-monarquia-nacional-espanhola.htm
http://abdoneurico.sites.uol.com.br/portugal.htm

Adaptação: Paulo Jardim

Responde às questões abaixo, de maneira clara, completa e detalhada.

1. Relaciona o Estado absolutista com a expansão comercial europeia.
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2. Como o Estado absolutista prejudicou alguns nobres e favoreceu outros?
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3. Para os servos e vilões, o Estado absolutista foi positivo, negativo ou apresentou esses dois aspectos?
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4. Assinala a alternativa correta, justificando-a a seguir.
Quanto ao Estado absolutista, é correto afirmar que:
( A )       beneficiou apenas a burguesia;
( B )        beneficiou apenas a nobreza;
( C )        manteve a fragmentação territorial, típica da Idade Média;
( D )       manteve a fragmentação política, típica da Idade Média;
( E )        apresentou-se como um “Estado de equilíbrio” entre os grupos dominantes;
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       Um dos pontos turísticos mais famosos do mundo é o Palácio de Versalhes ou também conhecido como Palácio de Versalhes, localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural à época de sua construção, mas atualmente um subúrbio de Paris.
     Considerado um dos maiores do mundo, o Palácio de Versalhes possui 2.000 janelas, 700 quartos, 1.250 lareiras e 700 hectares de parque. É um dos pontos turísticos mais visitados de França, recebe em média oito milhões de turistas por ano e fica a três quarteirões da estação ferroviária. Construído pelo rei Luís XIV, o Rei Sol, a partir de 1664, foi por mais de um século modelo de residência real na Europa.
http://www.bigviagem.com/palacio-de-versalhes-pontos-turisticos/